SÃO PAULO (Reuters) - O dólar operava em baixa ante o real neste último pregão de outubro, influenciado pela briga entre comprados e vendidos para a formação da Ptax do mês e pela expectativa de ingresso de recursos provenientes da regularização de ativos brasileiros no exterior.
Operadores citavam ainda que o movimento do dólar deve não ser uniforme nesta segunda-feira devido ao fato de o Banco Central não anular os swaps tradicionais --equivalentes à venda futura de dólares-- e ao cenário político conturbado nos Estados Unidos.
Às 10:18, o dólar recuava 0,70 por cento, a 3,1741 reais na venda, depois de marcar 3,1729 reais na mínima do dia. O dólar futuro cedia cerca de 0,90 por cento.
No pregão passado, o dólar subiu 1,3 por cento e foi acima de 3,20 reais, fechando a semana com valorização de 1,14 por cento.
"Devemos ter hoje um movimento muito menor de repatriação. Vai ser a raspa do tacho", comentou o diretor da Fourtrade Corretora, Luiz Carlos Baldan. "A formação da Ptax é o principal fato desta manhã", emendou.
A Ptax, taxa que baliza diversos contratos cambiais, de outubro será definida neste pregão e os investidores costumam atuar para puxar as cotações do dólar conforme seus interesses.
O pregão também era influenciado pela expectativa de entrada de mais recursos com a regularização de ativos brasileiros no exterior, cujo prazo para adesão termina nesta noite. Segundo a Receita federal, mais de 45 bilhões de reais já haviam sido arrecadados em multas e impostos com o programa.
A trajetória do dólar nesta sessão, ressaltavam especialistas, não deve ser uniforme, visto que pode haver pressão pela não anulação do equivalente a 2,96 bilhões de dólares em swap tradicional --equivalente à venda futura de dólares-- que vencem nesta terça-feira.
Recentemente o BC anunciou que não faria essa compensação devido à expectativa de forte de entrada de recursos no país com a regularização.
O comportamento da moeda no exterior também pode influenciar, depois de o FBI conseguir mandado para examinar emails recém-descobertos relacionados a um servidor privado usado pela candidata à presidência Hillary Clinton.
A notícia sobre os emails chegou ao conhecimento público na tarde de sexta-feira e acabou ampliando a alta do dólar sobre o real diante do potencial que tem para abalar a campanha de Hillary para a Casa Branca. Em pesquisas recentes, a candidata democrata tinha pequena vantagem nas intenções de voto sobre seu rival republicano, Donald Trump.
O mercado também vai trabalhar sob a expectativa pela reunião do Federal Reserve, banco central norte-americano na quarta-feira, e dados sobre o mercado de trabalho do país durante a semana. Os investidores esperam que o Fed eleve os juros em dezembro.
O Banco Central realiza nesta sessão leilão de dólar com compromisso de recompra de até 3 bilhões de dólares para rolagem de contratos já existentes. E como vem fazendo, o BC não anunciou leilão de swaps reversos --equivalentes à compra futura de dólares-- no último pregão do mês.
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