O dólar operava em alta ante o real nesta quarta-feira, mantendo o movimento da véspera e acompanhando a cena externa com investidores adotando cautela, e após o Banco Central brasileiro indicar que não deve atuar no mercado, pelo menos por enquanto.
Às 10:40, o dólar avançava 0,76%, a 3,3820 reais na venda, depois de subir 0,13 por cento na sessão passada. O dólar futuro operava com alta de cerca de 0,60%
"O BC acabou a rolagem (de swaps tradicionais) e está fora do mercado. Nos Estados Unidos, a agenda tem muitos indicadores importantes e que podem influenciar os ativos, o que faz os investidores ficarem na defensiva", comentou o diretor de câmbio da Intercam Corretora de Câmbio, Jaime Ferreira.
No pregão passado, o BC encerrou a rolagem dos swaps tradicionais --equivalentes à venda futura de dólares-- que vencem no dia 1º de dezembro e, à noite, não anunciou leilões para esta sessão.
A atuação da autoridade monetária veio após a surpreendente vitória de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, nas eleições do dia 8 passado, que alimentou forte onda de aversão ao risco nos mercados globais com o temor de que sua política econômica possa ser inflacionária e pressionar o Federal Reserve, banco central do país, a elevar ainda mais os juros.
Com isso, além de o BC brasileiro fazer leilões de swaps tradicionais para rolagem, ele também vendeu novos contratos, elevando o estoque. Nesta semana, no entanto, ele apenas fez leilões para rolagem.
Até a eleição de Trump, o BC vinha apenas realizando leilões de swaps cambiais reversos, que equivalem à compra futura de dólares, para reduzir os estoques de swaps tradicionais, atualmente em cerca de 26,6 bilhões de dólares.
"Não está previsto nenhum leilão para hoje e amanhã é feriado lá fora, o que traz esse movimento defensivo global", comentou o operador da Advanced Corretora, Alessandro Faganello, referindo-se ao feriado norte-americano do Dia de Ação de Graças, que manterá os mercados financeiros locais fechados.
Com isso, investidores evitavam assumir posições nesta sessão, ainda mais antes da divulgação da ata do Fed (17:00, horário de Brasília), em busca de sinalizações sobre o futuro da política monetária norte-americana.
Para o encontro de dezembro do Fed, as chances estavam praticamente em 100 por cento de elevação na taxa do país, segundo o FedWatch.
No exterior, o dólar subia ante outras divisas de emergentes, como os pesos mexicano e chileno.
Nenhum comentário:
Postar um comentário