O Ibovespa se sustenta no terreno positivo em um dia com otimismo no cenário externo contrastando com a tensão política em Brasília. O índice avança 0,4% aos 61.320 pontos, amenizando a alta da abertura, quando superou nos 61.900 pontos.
A Europa opera com ganhos dando sequência às altas dos últimos dias. Hoje, a expectativa de uma extensão no programa de compra de ativos do Banco Central Europeu anima o mercado. DAX e o FTSE 100 sobem 1,4%, seguido pelo CAC 40 com +0,7%.
Os EUA abriram em leve baixa com pressão das farmacêuticas, que perdem após o presidente eleito do país, Donald Trump, defender a redução dos preços dos remédios. S&P perde 0,1%, Nasdaq recua 0,4% e o Dow opera estável.
No Brasil, a expectativa é pelo julgamento no plenário do STF da liminar que afastou Renan Calheiros da presidência do Senado. Segundo a imprensa, os aliados do senador buscam uma solução intermediária que o retiraria da linha sucessória sem que necessite sair do cargo. O tema tem provocado tensão entre os três poderes em Brasília e até mesmo dentro da suprema corte. Para o governo, Calheiros é essencial para tocar a pauta econômica, especialmente a PEC do teto de gastos, pois, com seu afastamento, assume o petista Jorge Viana.
A Petrobras (SA:PETR4) cede nesta quarta-feira em movimento de realização após a forte alta de ontem, acompanhando a queda do petróleo no mercado internacional. A commodity perde 1,5% na expectativa pela reunião da Opep com a Rússia para definir cortes de produção fora do cartel. Ontem a ação da companhia subiu 3% em meio à percepção de maior independência em relação ao governo federal após anunciar aumentos no diesel, gasolina e gás liquefeito.
A Vale (SA:VALE5) opera com nova alta de 2,5% com o avanço do minério, que voltou a superar os US$ 80/t com na China. A commodity fechou a US$ 82,25/t para a entrega imediata em Qingdao, em alta de 2,5%.
As siderúrgicas também avançam no pregão com ganhos de 4% na Usiminas (SA:USIM5), 2% na Gerdau (SA:GGBR4) e Metalúrgica Gerdau (SA:GOAU4) e de 0,5% na CSN (SA:CSNA3). No radar, a recuperação da indústria automobilística abre a perspectiva de um cenário mais positivo para o próximo ano.
Os bancos sobem liderados pelo Banco Do Brasil, com ganhos de 1%, seguido por Bradesco (SA:BBDC4) e Itaúsa (SA:ITSA4)com 0,5%. O Itaú (SA:ITUB4) perde 0,2%. Ontem o UBS apontou que o Brasil pode estar no fundo do poço da inadimplência e que os números deverão começar a melhorar já nos próximos meses.
Ainda no noticiário, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, sinalizou que o Copom poderá intensificar os cortes na Selic em um cenário de economia e inflação mais fracas.
O comentário do presidente do BC estimula as ações do varejo, dependentes de crédito para o consumidor. Lojas Americanas (SA:LAME4) sobe 3,5% e Renner (SA:LREN3) avança 2,3%.
A JBS (SA:JBSS3) avança 2% na sequência de forte alta ontem com o anúncio de que a empresa deverá fazer um IPO de suas operações internacionais na bolsa de Nova York em 2017. A ação disparou 19% no pregão de terça-feira.
Dólar
A moeda voltou a operar abaixo dos R$ 3,40 pela primeira vez em duas semanas. Com queda de 0,4%, a divisa é vendida a R$ 3,3950.
A queda do dólar pressiona as exportadoras que se valorizaram com a alta recente da moeda. Fibria (SA:FIBR3) perde 2% e Suzano (SA:SUZB5) cai 1%.
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