Em uma reação impulsiva, o petróleo WTI futuro compensou as perdas no pregão norte-americano desta quarta-feira, após os dados mostrarem que a redução dos estoques dos EUA foi duas vezes maior do que o esperado.
Entretanto, parece que os investidores mudaram de ideia enquanto digeriam as informações, e o preço do petróleo atingiu mínimas durante o pregão, fato que pode ter sido decepcionante em relação ao extenso acúmulo no principal ponto de distribuição americano, além de aumentos maiores do que o esperado nos estoques de gasolina e outros destilados.
O petróleo bruto para entrega em janeiro caiu US$ 0,93, ou 1,83%, operando a US$ 50,00 o barril, às 13h49, ante o valor de US$50,37 antes do relatório, na Bolsa de Valores de Nova Iorque. O petróleo WTI atingiu a mínima de US$ 49,84 durante o pregão após a divulgação dos dados.
A Administração de Informações Energéticas dos EUA afirmou, no seu relatório semanal, que houve uma redução de 2,389 milhões de barris nos estoques de petróleo bruto na semana que se encerrou em 2 de dezembro. Os analistas do mercado esperavam uma diminuição de 1,032 milhão de barris nos estoques de petróleo, enquanto que o Instituto Americano do petróleo relatou uma redução de 2,21 milhões de barris na oferta, no fim da terça-feira.
Os estoques de petróleo em Cushing, Oklahoma, o principal ponto de distribuição de petróleo bruto da Nymex, registraram aumento de 3,783 milhões de barris na semana passada, segundo a EIA (Administração de Informações Energéticas). Os estoques totais de petróleo bruto dos EUA se mantiveram em 485,8 milhões de barris desde a semana passada, o que a EIA considera "o limite máximo da média para essa época do ano".
O relatório também mostrou que os estoques de gasolina registraram aumento de 3,425 milhões de barris, frente às estimativas de uma produção de 1,948 milhão, enquanto que os estoques de destilados a2,501 milhões de barris, contra uma expectativa de aumento de 1,840 milhão.
Na ICE Futures Exchange de Londres, o petróleo Brent para entrega em fevereiro desvalorizou US$ 0,76, ou 1,41%, cotado a US$ 53,17, às 13h50, frente ao valor de US$ 53,55 anterior à divulgação.
Os investidores estão atentos a uma reunião da Opep e de não membros do órgão em Viena, no dia 10 de dezembro, que visa a finalizar os detalhes do acordo de corte de produção para auxiliar na diluição dos estoques excessivos e na manutenção dos preços.
Apesar de os membros da Opep concordarem em diminuir a produção diária em 1,2 milhão de barris e outros se comprometerem a reduzir mais 600.000, surgiram dúvidas quanto à eficácia dos cortes como garantia de redução do excesso de oferta, que vem causando queda nos preços há mais de dois anos.
A produção de petróleo vem superando o consumo em um a dois milhões barris por dia desde o fim de 2014.
Além disso, a Opep e a Rússia relataram que a produção atingiu recordes desde o anúncio do acordo, gerando receio de que o excesso de oferta possa perdurar em 2017.
Enquanto isso, o ágio do Brent em relação ao contrato do petróleo WTI ficou em US$ 3,17 o barril, às 13h51, em relação a uma diferença de US$ 3,00 no fechamento do pregão da última terça-feira.
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