O dólar operava em queda frente ao real nesta segunda-feira, com o mercado aliviado pelo resultado das manifestações contra a corrupção por todo o país na véspera e com a atuação do Banco Central no mercado de câmbio.
Os investidores também reagiam bem após o referendo na Itália, que levou à renúncia do primeiro-ministro Matteo Renzi.
Às 11:01, o dólar recuava 0,25%, a 3,46 reais na venda, depois de fechar a semana passada com alta acumulada de 1,73% e no maior nível desde meados de junho. O dólar futuro tinha desvalorização de 0,45% esta manhã.
"Os maiores alvos das manifestações foram os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado. Por enquanto, Temer está sendo poupado", comentou o operador da Advanced Corretora Alessandro Faganello, referindo-se ao presidente Michel Temer.
Manifestantes tomaram as ruas neste domingo em Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Recife e outras cidades brasileiras para protestar contra corrupção, com foco em parlamentares e no presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e numa demonstração de apoio à operação Lava Jato.
O país continua em recessão e pressões sobre a equipe econômica começam a surgir entre os agentes econômicos. Sobretudo na última semana, quando Temer perdeu mais um ministro (Geddel Vieira Lima) por conta de denúncia e alimentou temores de que poderia ter dificuldade para aprovar no Congresso Nacional medidas econômicas.
Nesta segunda-feira, o governo vai apresentar sua proposta para a reforma da Previdência.
A atuação do BC também contribuía para a queda do dólar nesta manhã, com oferta de até 15 mil swaps cambiais tradicionais --equivalentes à venda futura de dólares para rolagem. A autoridade monetária começou na sexta-feira a rolagem dos contratos que vencem em janeiro.
No exterior, os mercados reagiam com certo alívio ao resultado do referendo na Itália, por meio do qual foi rejeitada a proposta do primeiro-ministro sobre reforma constitucional. Renzi decidiu renunciar após dois anos e meio no gabinete.
O euro chegou a cair para a mínima de 20 meses contra o dólar, à medida que os mercados ficaram preocupados que a instabilidade da Itália possa reiniciar uma crise financeira e afetar o frágil setor bancário italiano. No entanto, a moeda se recuperou durante a manhã.
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