Os mercados financeiros têm sido notavelmente resilientes aos crescentes rendimentos de bônus e à mudança repentina de cenário após o resultado surpreendente da eleição norte-americana no mês passado, mas o alto grau de incertezas à frente significa que o ajuste será “irregular”, disse o BIS neste domingo.
Embora a resiliência às recentes oscilações do mercado tenha sido bem-vinda na sequência da eleição dos Estados Unidos e do voto do Reino Unido pela saída da União Europeia, investidores devem se preparar para novos períodos de extrema volatilidade e episódios de “choques relâmpago”, como o que atingiu a libra esterlina em outubro, disse o Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês).
“Não entendemos totalmente a causa de tais movimentos incomuns nos preços… mas desde que esses movimentos permaneçam contidos em si mesmos e não ameacem o funcionamento do mercado ou a solidez de instituições financeiras, não são fonte de muita preocupação: podemos precisar nos acostumar a eles", disse Claudio Borio, diretor do departamento monetário e econômico do BIS.
“É como se participantes do mercado tivessem assumido a liderança em antecipar e mapear o futuro, se libertando de sua dependência de cada palavra e ato de bancos centrais”, afirmou Borio.
Isso sugere que investidores podem finalmente estar aprendendo a ficar de pé em seus próprios pés após anos de dependência dos estímulos de bancos centrais, o que sinaliza uma potencial “mudança de paradigma” para os mercados, disse.
“Mas as pessoas ainda não têm respostas e a cautela está em vigor. E não cometa erros: os rendimentos de bônus ainda estão anormalmente baixos em uma perspectiva de longo prazo”, disse Borio.
O BIS, conhecido como “o banco central dos bancos centrais”, age como um fórum para as principais autoridades monetárias do mundo. Seus comentários sobre os mercados globais e sobre a economia oferecem pistas sobre a maneira de pensar de formuladores de políticas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário