quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Bolsa cede pressionada por commodities e crise política, com Fed no radar

A bolsa de São Paulo segue em baixa nesta quarta-feira pressionada pelas commodities, enquanto o foco do mercado segue no banco central dos EUA. Às 13h, o Ibovespa recuava 0,6% para 58.900 pontos.
Apesar do calendário econômico cheio nos EUA e com votações importantes em Brasília, o grande fato do dia é a reunião do Federal Reserve. As apostas do mercado são 100% no aumento de juros, que deverá ser anunciado às 17h. Esse será a segunda alta desde a crise de 2008, um ano depois do último movimento em dezembro de 2015. Na época, a expectativa era de quatro altas neste ano.

Com a elevação das taxas já precificada, o grande foco dos investidores está na entrevista que será concedida pela presidente do banco, Janet Yellen, às 17h30. O mercado espera que Yellen passe uma visão do banco para 2017, considerando pela primeira vez o comando do país por Donald Trump. O último encontro da diretoria do Fed ocorreu dias antes da eleição surpreendente dos EUA.

Os investidores apostam que a economia sob a liderança de Trump será mais expansionista, estimulando a inflação, o que exigiria juros mais altos.
Mais cedo, dados da economia dos EUA vieram mais fracos do que o estimado pelo mercado. As vendas do varejo recuaram 0,1% em novembro, contra estimativa de 0,3%, a produção industrial recuou 0,4%, ante consenso de -0,2%. A inflação ao produtor acelerou para 0,4%, frente a projeção de +0,2%.

Os índices dos EUA abriram mistos, com ganhos de 0,1% no Nasdaq e queda de 0,1% no Dow 30. S&P 500 opera estável.
Em Brasília, a crise política ganha novos capítulos com a informação de que o secretário-executivo do Programa de Parcerias de Investimentos, Moreira Franco, já teria escrito sua carta de renúncia. O político foi citado em delação premiada como beneficiário de recursos da Odebrecht para projetos na área de aviação.

A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados deverá começar a fazer a leitura do relatório e votar a admissibilidade da reforma da Previdência. Hoje ainda terá mais uma etapa da aprovação do Orçamento de 2017.

Destaques Ibovespa

A Petrobras (SA:PETR4) cede 2% em dia de queda na cotação do petróleo no mercado internacional. A commodity perde 1,5% Brent em Londres e 2% nos EUA. No radar da companhia está a recusa da proposta salarial pelos trabalhadores, que poderão entrar em greve a partir da sexta-feira (23/12) da próxima semana.

A Vale (SA:VALE5) perde 2% acompanhando o movimento negativo do minério de ferro na China, querecuou 5% e perdeu o patamar de US$ 80/t para entrega imediata no porto de Qingdao. Na bolsa de futuros de Dalian, a commodity cedeu 4,8% para 657 iuans.

A cotação do vergalhão de aço também cedeu na China nesta quarta-feira, pressionando as siderúrgicas. O metal perdeu 2,6% para 3.375 iuans. Metalúrgica Gerdau (SA:GOAU4) e Gerdau (SA:GGBR4) perdem 4,5% e a CSN (SA:CSNA3) cai 3%. A Usiminas (SA:USIM5) desvaloriza 2% em meio a novo capítulo na briga societária que se arrasta há mais de dois anos. A Ternium recorreu à CVM para manter a assembleia que elegeu Sergio Leite como presidente. A votação foi anulada pela justiça em outubro a pedido da Nippon Steel.

O dia é misto para os bancos, com altas de 0,5% no Itaúsa (SA:ITSA4) e no Itaú Unibanco (SA:ITUB4), contra perdas de 0,5% no Banco do Brasil (SA:BBAS3) e no Bradesco (SA:BBDC4). O IFNC perde 0,3%.

A Localiza (SA:RENT3) captou R$ 750 milhões em debêntures não conversíveis com redução de 113,5% para 11,5% do CDI após grande demanda dos credores. A ação perde 1,8%.

As Lojas Americanas (SA:LAME4) cedem 0,8% em um dia negativo para as ações varejistas na bolsa. No radar, a companhia anunciou a intenção de realizar um aumento de capital de até R$ 8 bilhões, segundo o Valor. A expectativa é que a empresa deixe já preparado um possível aporte na controladora B2W (SA:BTOW3) e espaço para uma grande aquisição, como a BR Distribuidora.

Fora do Ibovespa, a Gafisa (SA:GFSA3) sobe 3% em meio a decisão de cancelar o IPO da Tenda e negociar 25% da empresa para o Jaguar Growth Asset, por R$ 8,13 por ação.
Dólar
A moeda norte-americana volta a ceder nesta quarta-feira e é negociada a R$ 3,32.

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