segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Bovespa recua 2% com delações da Odebrecht no radar; Petrobras +1%

O Ibovespa opera com perda de 2% nesta segunda-feira (12/12) pressionado pelo receio em relação a renovação da crise política com o peso da delação dos executivos da Odebrecht, que atingem os principais políticos do país. Às 13h20, o índice cedia para os 59.300 pontos, perto da mínima do pregão.
Nos EUA, o dia abriu misto, com renovação de recordes históricos no Dow 30 e estabilidade no S&P 500. Nasdaq perde 0,5%. O foco do mercado internacional segue no petróleo, que disparou com o acordo entre os grandes exportadores e a Opep no final de semana e a expectativa pela reunião do Fed na quarta-feira. O mercado dá como certo o aumento da taxa de juros para 0,5%.

O mercado brasileiro sofre com a aversão ao risco provocada pelas primeiras delações premiadas da Odebrecht, que atingem fortemente políticos de diversos partidos, inclusive o presidente Michel Temer. Nomes da base aliada foram ligados à pedidos de doação em caixa dois e pagamento de propina pelo ex-diretor de Relações Institucionais da empresa, Cláudio Melo Filho. Temer teria solicitado R$ 10 milhões diretamente a Marcelo Odebrecht no Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente da República. Em nota, Temer repudiou as denúncias e afirmou que todas as contribuições foram declaradas ao TSE.

A Petrobras (SA:PETR4) se destaca do clima negativo com ganhos de 1,5% com o acordo entre grandes exportadores e os países da Opep no final de semana. Com a negociação, onze países se comprometeram a retirar conjuntamente 558 mil barris/dia do mercado mundial, além dos 1,2 milhão de barris/dia que a Opep deixará de produzir. A commodity dispara 4% hoje para a máxima em 17 meses. No Cade, foi aprovada a operação de venda para a Total do campo de Xerelete.

A Vale (SA:VALE5) opera perto da estabilidade após avançar durante parte da manhã. Na China, o minério de ferro avançou 2% para o patamar de US$ 83,50/t para a entrega imediata em Qingdao. Na bolsa de Dalian, a commodity tocou nos 657 iuanes, máxima de três anos.

As siderúrgicas afundam acompanhando o cenário negativo do país, se descolando das máximas do aço na China. Metalúrgica Gerdau (SA:GOAU4) perde 5,5%, seguida por queda de 4,3% na Gerdau (SA:GGBR4), 3% na CSN (SA:CSNA3) e de 2% na Usiminas (SA:USIM5). O vergalhão de aço subiu 3,6% para 3.444 iuanes na bolsa de futuros de Xangai, máxima desde abril de 2014.

As ações do setor financeiro também atual em forte queda, com perdas de quase 4% no Bradesco (SA:BBDC4) e de 2,5% no Itaúsa. O Itaú Unibanco (SA:ITUB4) recua 3%. O banco informou pagamento líquido de R$ 0,40069 por ação detida no fim do pregão de 22 de dezembro por juros sobre capital próprio. O Banco do Brasil (SA:BBAS3) cede 3,5% tendo no radar a notícia de que registrou adesão de 9,4 mil funcionários ao seu programa de incentivo à aposentadoria.
Dólar
A moeda passou a cair mais de 1% frente ao real, acompanhando o movimento de desvalorização global da divisa. O dólar é vendido a R$ 3,34.

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