quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Braskem sobe 3% e opera na máxima histórica com acordo de leniência

A Braskem (SA:BRKM5) alcança seu recorde histórico ao sustentar alta de mais de 3% nesta quinta-feira (15/12) após ter anunciado que chegou a um acordo de leniência com o Ministério Público Federal. O papel é negociado a R$ 34, amenizando o movimento de alta da abertura, quando atingiu R$ 34,71 (5,05%).
O acordo põe fim às incertezas envolvendo a companhia que foi citada diversas vezes por delatores da Operação Lava Jato como meio de sua controladora Odebrecht repassar propinas a políticos e partidos, envolvendo benefícios indevidos com o acordo de compra de nafta da Petrobras (SA:PETR4).

Neste mês, o papel se valorizou 24% com a expectativa de um acordo de leniência. No dia 2 de dezembro, na sequência do acordo da Odebrecht, a Braskem informou que estava em tratativas avançadas para acertar uma leniência com as autoridades do Brasil e dos EUA. O acordo informado ontem logo após o fechamento é a parte brasileira da negociação global para evitar multas e indenizações mais pesadas.

A empresa se comprometeu a pagar cerca de R$ 3,1 bilhões às autoridades brasileiras pelo acordo envolvendo as investigações de pagamento de propina e caixa dois da operação Lava Jato. Desse total, R$ 1,6 bilhão será pago à vista após a aprovação dos acordos pela Câmara de Coordenação e Revisão do MPF e da 13ª Vara Criminal da Justiça Federal de Curitiba, comandada pelo juiz Sergio Moro. Os cerca de R$ 1,5 bilhão restantes serão pagos em seis parcelas anuais a partir de 2018, reajustadas pelo IPCA.
A Braskem busca ainda fechar acordo com as autoridades dos EUA, onde é alvo de ação coletiva que alega que a empresa fez declarações falsas ou deixou de divulgar pagamentos ilícitos

O acordo de leniência segue a estratégia de sua controladora Odebrecht, que acertou há duas semanas o pagamento de R$ 6,7 bilhões para órgãos do Brasil, EUA e Suíça e assinou colaboração premiada de mais de 70 executivos.

Os primeiros depoimentos mostraram que os executivos da holding deverão entregar um amplo esquema de corrupção e pagamento de caixa dois envolvendo a maior parte dos partidos políticos brasileiros. Em um primeiro vazamento à imprensa dos interrogatórios, o PMDB e, especialmente, o núcleo duro ligado ao presidente Michel Temer sofreram com denúncias de acordos envolvendo aprovação de medidas de interesse da companhia no Congresso mediante o pagamento de propina, assim como recursos desviados para o caixa dois do partido.

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