segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Crise política assusta e Bovespa fecha em queda de mais de 2%

A bolsa Brasileira fechou esta segunda-feira com seu principal índice em baixa, no menor patamar em pouco mais de dois meses, pressionado por preocupações com o cenário político, após vazamento da delação de um ex-diretor da Odebrecht citando o presidente Michel Temer e políticos próximos a ele.
O Ibovespa caiu 2,19%, a 59.178 pontos, menor patamar de fechamento desde 30 de setembro (58.367 pontos).
O volume financeiro do pregão foi de 6,77 bilhões de reais, abaixo da média diária para o mês até sexta-feira, de 8,22 bilhões de reais, a inferior também à média diária para o ano, de 7,39 bilhões de reais.

A nova tensão política acontece às vésperas da crucial votação em segundo turno no Senado da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita o crescimento dos gastos públicos e quando se iniciam as discussões sobre a proposta de reforma da Previdência.
Desde sexta-feira, a temperatura política voltou a subir em Brasília com o vazamento de delação do ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht Claudio Melo Filho, que citou recursos repassados a líderes peemedebistas, entre eles o próprio Temer, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), entre outros. Os políticos negaram qualquer irregularidade.

Além disso, Renan Calheiros foi alvo de nova denúncia pela Procuradoria-Geral da República nesta segunda-feira, acusado de receber propina e por lavagem de dinheiro no âmbito da operação Lava Jato, em mais uma complicação para o cenário político.
"A percepção do investidor estrangeiro para emergentes mudou depois da eleição de Donald Trump (à Presidência dos Estados Unidos) e esse cenário mais fraco ficou ainda pior com a situação política local", disse o analista da corretora Clear Raphael Figueredo.
A cautela nesta sessão foi reforçada pela expectativa da decisão do Federal Reserve sobre a taxa de juros dos Estados Unidos, que acontece na quarta-feira.

Entre os destaques negativos ficaram as ações da Gerdau (SA:GGBR4), que caíram 5,83%. O Santander (SA:SANB11) cortou a recomendação para os papéis da empresa para "manter", ante "compra".

O setor bancário também ficou entre os destaques de baixa, com as ações do Itaú Unibanco (SA:ITUB4) perdendo 4,13%.
No lado positivo figuravam as ações da Petrobras (SA:PETR4), cujos papéis ordinários subiram 0,88%, enquanto os preferenciais tiveram alta mais contida, de 0,13%. O tom positivo da petrolífera veio na esteira dos ganhos nos preços do petróleo após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e alguns de seus rivais chegarem ao primeiro acordo desde 2001 para reduzir conjuntamente a produção.

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