quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Ibovespa afunda 3,5% e perde os 60 mil pontos; BB -6%, Bradesco -5%

O Ibovespa afunda mais de 3,5% nesta quinta-feira amarga no mercado financeiro, com apenas cinco ações operando no positivo, sendo três exportadoras e os dois papéis da Vale (SA:VALE5). Os bancos e a Petrobras pesam sobre o índice, que perdeu os 60 mil pontos no início da tarde, e às 16h30 soma 59.631 pontos.
O Itaú Unibanco (SA:ITUB4) e o Itaúsa (SA:ITSA4) despencam mais de 4,5% em seu primeiro dia ex-dividendos agravado por nova fase da operação Zelotes, que efetuou buscas na sede do banco. Segundo nota divulgada pelo Itaú, a Polícia Federal foca sua investigação sobre os processos tributários no BankBoston, adquirido pelo Itaú em 2006, mas que são de de responsabilidade do Bank of America. Cerca de cem policiais realizaram hoje mais de 30 mandatos de busca e apreensão e de condução coercitiva.
O Bradesco (SA:BBDC4) perde mais de 5,5% na maior queda diária desde os dias após a eleição de Trump, quando um grande sentimento de aversão ao risco abalou os mercados emergentes. O papel é negociado na mínima desde meados de setembro. O Banco do Brasil (SA:BBAS3) perde mais de 6,5%.
A Petrobras SA:PETR4) se descolou do movimento de alta do petróleo e perde mais de 2,3%. No noticiário corporativo, a companhia aprovou em assembleia a venda de 90% da Nova Transportadora do Sudeste para a Brookfield por US$ 5,194 bilhões.
No pano de fundo do dia de hoje, estão as turbulências políticas em Brasília, onde a semana foi marcada por diversas decisões de forte impacto popular. Enquanto a votação da PEC no primeiro turno no Senado era esperada, a Câmara desfigurou e aprovou o pacote anticorrupção provocando forte reação popular, inclusive dos procuradores da Operação Lava Jato.
A visão dos analistas é que as notícias impopulares, na sequência do escândalo que envolveu o presidente Michel Temer em uma ação para benefício pessoal do ex-ministro Geddel Vieira Lima, pode minar a aprovação do governo e elevar o tom das manifestações, prejudicando a governabilidade.
A bolsa também encaminha para um movimento de realização após a alta de ontem, quando somente as ações da Petrobras subiram mais de 9%.
Nesta semana, o PIB do terceiro trimestre negativo em 0,8%, abaixo das expectativas do mercado. Com o dado, os analistas passaram a prever crescimento menor ou zero em 2017, traçando um cenário mais pessimista para a economia.
Ontem, o Copom cortou em 0,25 p.p. a taxa Selic, que voltou aos 13,75%. Os diretores do BC apontaram que o ritmo de corte poderá ser intensificado, o que o mercado entendeu como uma maior possibilidade de redução de 0,5 p.p. já a partir de janeiro.
Vale e exportadoras em alta
O dólar avança mais de 2,5% nesta quinta-feira e impulsiona as exportadoras. Embraer (SA:EMBR3) sobe 2,7%, seguida de Fibria (SA:FIBR3) e Suzano (SA:SUZB5) com ganhos de, respectivamente, 1,7% e 0,8%. No noticiário, há a expectativa de novos reajustes no preço da celulose, desta vez na Europa e nos EUA
A Vale avança 3,6% nos papeis ordinários e 1,1% nos preferenciais em novo dia de alta no minério de ferro. A cotação da commodity disparou quase 9% e voltou a se aproximar dos US$ 80/t.
As siderúrgicas operam em sentidos opostos neste pregão. Usiminas (SA:USIM5) afunda 4%, enquanto a CSN (SA:CSNA3) perde 6% com noticiário mostrando a conclusão da venda da Can-Pack por R$ 372,5 milhões, anunciada em agosto. Gerdau (SA:GGBR4) e Metalúrgica Gerdau (SA:GOAU4) operam com perdas de 2% e 7%, nesta ordem.

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