Petrobras (SA:PETR4) afunda mais de 3% nesta sexta-feira com o aumento das tensões políticas em Brasília amplificando as perdas com a queda do petróleo no mercado internacional. Às 11h, o papel preferencial recua 3,2% e é vendido a R$ 14,95, em uma semana de fortes oscilações na cotação da companhia.
A empresa afundou 5,2% na terça-feira em meio às expectativas de que não haveria um acordo entre os países membros da Opep para cortar a produção. Já no dia seguinte, o anúncio de que as barreiras haviam sido superadas e o cartel estaria pronto para reduzir em 1,2 milhão de barris diários a extração impulsionou o papel, que avançou 9%. Ontem, as tensões políticas pesaram e o papel caiu 3,5% apesar da alta da commodity.
No cenário externo de hoje, os investidores realizam parte dos lucros da alta do petróleo com o acordo da Opep, que levou a commodity para máximas de mais de um ano. O barril negociado em Nova York perde 1,5% para US$ 50,40, enquanto o Brent cai 1,6% para US$ 53,10.
Pesa sobre a ação - e toda bolsa brasileira - o aumento das tensões em Brasília com a assinatura do acordo de delação premiada da Odebrecht, a aprovação de seguidos projetos de pouco apoio popular como a desvirtuação do pacote anticorrupção e a aceitação de denúncia de inquérito contra Renan Calheiros, que passa a ser réu em ação no STF.
A soma desses fatos provoca uma expectativa de maior dificuldade do governo de ter apoio popular e de controlar a base aliada para aprovar as medidas econômicas necessárias para a recuperação do país. Após a aprovação em primeiro turno da PEC que limita os gastos do governo, a previsão é que o Executivo encaminhe na próxima semana o projeto de reforma da Previdência.
Vale e siderúrgicas no negativo
A Vale (SA:VALE5) recua 2,5% e se encaminha para o seu quarto pregão consecutivo de perdas, pressionada pela cena tensa política brasileira, que se sobrepôs ao momento mais positivo para as cotações do minério de ferro na China.
O pregão de hoje, contudo, contabilizou uma leve queda no preço do minério no mercado spot chinês, que fechou abaixo de US$ 78/tonelada.
As siderúrgicas afundam e lideram as perdas de um dia negativo para o Ibovespa. CSN (SA:CSNA3) cai mais de 5,5% e a Gerdau (SA:GGBR4) cede 4,5%. Metalúrgica Gerdau (SA:GOAU4) e Usiminas (SA:USIM5) desvalorizam 3%. Na China, a cotação do vergalhão de aço recuou 1,3% em semana volátil com ganhos de 4,8% ontem após ceder 7% na quarta-feira.
Braskem (SA:BRKM5) avança com acordo de leniência
Na ponta positiva, a Braskem se destaca com ganhos de quase 4% em meio às expectativas sobre o acordo de leniência da Odebrecht, sua controladora.
Ontem os executivos da holding assinaram o acordo definitivo de leniência, se comprometendo a pagar R$ 6,8 bilhões e delatar dezenas de políticos que teriam recebido propina da empresa.
O Ibovespa perde 1,7% e opera aos 58.480 pontos, recuperando parte das perdas da abertura, quando chegou a tocar nos 50.092 pontos.
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